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HOMILIA DOMINICAL: PALAVRA E EUCARISTIA
Crédito da foto - CENTRO ALETTI

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O Evangelho de hoje nos mostra dois discípulos, Cléofas e outro sem nome, (para que possamos nos colocar no lugar dele), abandonando a comunidade dos discípulos, porque seus sonhos haviam se desfeito com a morte de Cristo na Cruz. Tudo o que eles relatavam soava como um discurso de fracasso, pois todos os sonhos que eles contaram sobre Jesus terminavam no túmulo vazio. Eles diziam frustrados: “Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel...”  “Já faz três dias que todas essas coisas aconteceram”. Jesus no entanto, faz-se companheiro de viagem deles, interroga-os sobre “o que se passou nestes últimos dias” em Jerusalém, escuta as suas preocupações, torna-se o confidente da frustração dos mesmos. Diante disso nos perguntamos: o que faltou aos discípulos de Emaús para reconhecerem Jesus? Foi a falta fé no Senhor ressuscitado, não crer que Jesus se importava com eles e que Ele pode vencer qualquer dificuldade humana, até mesmo a morte. 

Por isso, para que os discípulos pudessem entender o que Deus havia feito na vida de Jesus e o seu plano de salvação, Ele começou a caminhar com eles e explicar-lhes as Sagradas Escrituras desde Moisés até os profetas. Foi através da Palavra de Deus proclamada, explicada, meditada e acolhida que os discípulos entenderam que a vida de Jesus e de todo aquele que confia em Deus não é um fracasso. Jesus mostrou que o agir divino não busca êxitos humanos, tronos, poderes, ambições, mas que o maior tesouro está no serviço simples e humilde aos irmãos, no doar a vida ao outro por amor, na partilha total daquilo que somos e que temos. 

Na leitura da Epístola de São Pedro que ouvimos hoje ele nos exorta: “vivei com temor”, ou seja, vivei na obediência, na confiança, na entrega nas mãos de Deus, pois Ele pagou um alto preço para nos resgatar da vida de pecado e condenação através do sangue precioso de Cristo, derramado na cruz. Este resgate da vida fútil foi feito por causa do imenso amor de Deus por cada um de nós, pois nos enviou o próprio Filho para nos libertar, resgatar, para nos adquirir e formar como Povo de Deus, através de Cristo Jesus. A nossa resposta a este amor incondicional a Deus, deve ser através de uma vida vivida na santidade.

Esta santidade se alimenta a cada domingo através da celebração da Eucaristia que tem duas partes bem distintas: a proclamação e explicação da Escritura; e o partir do pão, a Eucaristia. Foi a partir da Palavra e da Eucaristia que os discípulos de Emaús reconheceram Jesus. E é isto que Jesus quer que aconteça em nossa vida a cada domingo, dia da Eucaristia, dia que o Senhor se revela a nós. Quantas vezes chegamos à missa com um rosto triste, desanimados, desiludidos com a vida e sem esperança, com uma expectativa a respeito do Cristo, do mundo e de nós mesmos que às vezes são frustradas e que não correspondem à realidade. Outras vezes agimos sem inteligência, somos lentos de coração para entender os sinais de Deus em nossa vida e na vida da comunidade, por que nossos olhos estão ofuscados por causa da nossa desilusão. A própria fé muitas vezes entra em crise, por causa de experiências negativas que temos com pessoas, com a família, com a pandemia e os políticos e nos levam ao sentimento de estarmos abandonados por Deus. 

É justamente nestes momentos que no domingo, dia do Senhor, Jesus ressuscitado vem ao nosso encontro e permanece conosco, que escuta as nossas preocupações, torna-se o nosso confidente em nossas frustrações e nos socorre em nossas fraquezas, explicando as Escrituras, partindo o Pão e fazendo o nosso coração arder pela ação do Espírito Santo. O pão consagrado e repartido a cada Missa é o seu Corpo Glorioso, através do qual Deus nos ressuscita, ou seja, nos ergue das nossas tristezas, desânimos, medos, doenças e preocupações e nos faz regressar à vida. 

Por isso todas as vezes que nos sentirmos desiludidos, decepcionados, fracassados, derrotados, criticados, por procurarmos fazer a vontade de Deus em nossa vida, por servirmos a Igreja e nos dedicarmos à nossa família e ao próximo, sejamos capazes de lembrar que tudo isso vale a pena, que nunca será um fracasso consagrarmos a nossa vida a Deus, pois a ressurreição de  Jesus nos mostra que tudo que se faz para preservar a vida humana e espiritual não termina no fracasso, na morte ou num túmulo, mas sempre conduz à ressurreição e à vida plena. Com este Evangelho Jesus quer nos dizer que sempre é possível encontrá-Lo vivo e ressuscitado na Palavra e na Eucaristia e que Ele quer nos transmitir segurança, coragem e ânimo, por isso sejamos capazes de pedir sempre à Jesus “fica conosco”.                                                        

Pe. Valdir Luiz Koch.

 
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