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HOMILIA DOMINICAL: OS DOIS FILHOS
Crédito da foto - Internet

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A liturgia deste domingo nos convida a fazer a vontade de Deus Pai. O Evangelho nos mostra que não bastam ter palavras bonitas ou declarações de boas intenções a Deus. É preciso dar uma resposta prática, adequada e coerente à vivência da nossa religião. 
Segundo o Evangelho, Israel (o Povo da primeira Aliança) seria o “filho” que aceitou trabalhar na vinha de Deus mas na realidade, não foi, contrariando a vontade de Deus Pai. Já os pagãos seriam o “filho” que, aparentemente, esteve sempre longe dos projetos do Pai, mas que aceitou o convite de conversão de João Batista e acolheu o Evangelho de Jesus.
 Os fariseus e anciãos do Povo, disseram “sim” a Deus ao aceitar a primeira Aliança que Deus fez com o seu Povo, através de Moisés no Monte Sinai. No entanto, depois disseram não ao convite de conversão que João Batista fez como sinal de preparação da vinda de Jesus. Isto nos mostra que aquilo que agrada a Deus é a atitude interior de conversão. O que honra a Deus não é o que cumpre ritos externos e que impressiona os outros com palavras bonitas, mas aquele que cumpre a vontade de Deus.
Aos olhos de Deus todos nós batizados aceitamos o convite de Jesus para a conversão através do nosso batismo, por isso temos a mesma responsabilidade em testemunhar e anunciar o Evangelho de Deus a toda humanidade. Ninguém está dispensado de colaborar com Deus na construção de um mundo mais humano, mais justo, mais verdadeiro e fraterno. Precisamos vencer a indiferença, a preguiça, o comodismo, o egoísmo, a auto-suficiência e ir trabalhar na vinha do Senhor. Não basta só ser batizado, é preciso viver o Evangelho, dia a dia, praticar a caridade, ser misericordioso, seguir Jesus no caminho de amor e de entrega que Ele percorreu, construir, com gestos concretos, um mundo de justiça, de bondade, de solidariedade, de perdão, de paz.
Quantas vezes já dissemos a Deus: “eu te amo”. Mas Deus nos pede “Me prove este amor com atitudes”. Não basta dizer que é católico, ou fazer uma bela profissão de fé, ou belas orações e promessas, ou atos de fé, de esperança e de caridade. É preciso colocar em ação a nossa fé, a nossa esperança e a nossa caridade. São Tiago nos diz: \"Sede cumpridores da palavra e não apenas ouvintes; isto equivaleria a vos enganardes a vós mesmos. Mas aquele que procura meditar com atenção a Lei perfeita da liberdade e nela persevera  este será feliz no seu proceder\" (Tg 1,22-25). São Tiago completa dizendo: \"Mostra-me a tua fé sem obras e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras\" (Tg 2,18). E Jesus afirma: “Nem todo aquele que diz ‘Senhor! Senhor!’, entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que põe em prática a vontade de meu Pai” (Mt 7,21)
O que São Tiago e Jesus querem nos dizer é que a vivência da religião precisa ter influência prática em nossa vida diária. Jesus ensina que o caminho da salvação se constrói não com palavras ou práticas religiosas vazias, mas com ações e gestos concretos: justiça, misericórdia, compaixão. As práticas religiosas e devocionais nos ajudam a crescer na fé e estar em comunhão com Deus, mas são as obras, o modo concreto de viver conforme o Evangelho, que revelam o verdadeiro cristão. Só um coração aberto à conversão nos ajudará a traduzir na vida as belas palavras que proclamamos com os lábios.
Portanto, o Evangelho nos ensina neste domingo que diante de Deus não podemos fazer de conta que somos católicos, não podemos assumir uma postura meramente verbal, como se a nossa fé fosse apenas um sentimento, pois a fé que professamos não se reduz a repetir versículos da bíblia, decorar orações, ou memorizar a doutrina cristã, pois ser católico significa viver como Jesus viveu. É necessário configurar o nosso agir com o agir de Deus. A experiência de fé que fazemos na comunidade, sobretudo na Santa Missa, precisa ser uma experiência real capaz de atingir o quotidiano de nossas vidas. Será que realmente estamos dispostos a praticar aquilo que rezamos na Igreja? Jesus Cristo, Palavra viva, não é uma ideia a ser entendida com a mente, mas acolhida, vivenciada e seguida em todo nosso existir, para que o “sim” da fé seja também o “sim” da vida. Que Deus nos dê a graça de conhecer os seus caminhos a fim de que possamos viver na prática a nossa religião, fazer a sua vontade e trilhar o caminho da salvação.
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     POR PADRE VALDIR LUIZ KOCH

 
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