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HOMILIA DOMINICAL: OPERÁRIOS DA VINHA DO SENHOR

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O tema da liturgia deste domingo esta resumido no versículo da Profecia de Isaías que diz: “Meus pensamentos não são como os vossos pensamentos, e vossos caminhos não são como os meus caminhos, diz o Senhor” (Is 55,8), ou seja, Deus não age conforme os critérios humanos, por isso exige de nós uma mudança de pensamento, para acolher a sabedoria divina. Como os pensamentos de Deus são diferentes dos pensamentos humanos, o nosso desafio é acolher a maneira de Deus de pensar e de agir, abandonando concepções distorcidas de Deus, que muitas vezes, refletem mais um Deus criado à imagem e semelhança humana do que de fato Ele é.

A parábola que acabamos de ouvir é uma resposta de Jesus àqueles que o criticavam por ser amigo dos pecadores, chamados “os trabalhadores da última hora”. O fato de na parábola dos vinhateiros todos os trabalhadores, tantos os da primeira como da última hora receberem o mesmo salário mostra que o amor de Deus Pai se derrama sobre todos os seus filhos, sem exceção e por igual. Para Deus, não é importante a hora em que a pessoa responde ao seu apelo de conversão, se é no inicio, no meio ou no fim da vida. O que é importante é que se tenha respondido ao seu convite de participar da comunidade cristã, a Igreja. Para Deus, não há tratamento “especial” por antiguidade entre os cristãos. Para Deus, todos os seus filhos são iguais, merecem o seu amor e merecem todos a salvação. 

Outro aspecto que esta parábola quer nos fazer refletir é a chamada teologia da retribuição, segundo a qual cada um recebe de Deus de acordo com as suas obras. Se faz o bem recebe a benção. Se faz o mal recebe a condenação. Nesta concepção Deus não dá nada gratuitamente e é o homem que conquista tudo sozinho e Deus seria obrigado a dar aquilo que cada um conquistou. Se esta teoria fosse verdadeira Deus seria visto como uma espécie de comerciante, que todos os dias anota no seu livro de registos as dívidas e os créditos de cada pessoa humana, e que em determinado dia faz as contas finais, vê o saldo e dá a recompensa ou aplica o castigo a cada um.

Jesus, ao dizer que na parábola todos receberam o mesmo salário, independentemente de quanto tempo trabalhou na vinha, mostra que Deus não é um contador, sempre de lápis na mão fazendo as contas das pessoas para lhes pagar conforme os seus merecimentos. Mas Deus é um pai, cheio de bondade, que ama todos os seus filhos por igual e que derrama sobre todos, sem exceção, o seu amor e a sua misericórdia. Na comunidade de Jesus não há graus de antiguidade, de raça, de classe social, de merecimento. O dom de Deus, que é a salvação, destina-se a todos, por igual.

A parábola convida-nos a perceber que o nosso Deus é o Deus que oferece gratuitamente a salvação a todos os seus filhos, independentemente da sua antiguidade, créditos, qualidades, ou comportamentos. Os membros da comunidade cristã não devem, por isso, fazer o bem em vista de uma determinada recompensa, mas para encontrarem a felicidade, a vida verdadeira e eterna. A Parábola mostra que Deus tem o direito de fazer o que quiser com seu amor e sua misericórdia, pois Ele é bom para todos, sem distinção de pessoas, raça ou condição social. O tempo de pertença à comunidade cristã, que é a Igreja, não é sinal de privilégio, mas de compromisso, por isso é necessário que haja igualdade e harmonia entre todos os membros da comunidade.

Portanto, os cristãos da primeira hora ou da última hora são filhos amados do mesmo Pai. A parábola nos convida a perceber que Deus oferece gratuitamente a salvação a todos, aos primeiros e aos últimos.  Os últimos são os pecadores que Jesus veio buscar e que, convidados por Ele, entram no âmbito da misericórdia divina.  Um caso que se pode destacar como um sinal do amor gratuito do Senhor, como o dos operários da última hora, foi o Bom Ladrão, que conseguiu acesso ao Reino de Deus no último instante. A ele Jesus disse: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso” (Lc 23,43). Esta parábola mostra a gratuidade e universalidade da salvação porque Deus é bom e generoso.  Este denário oferecido pelo patrão aos seus operários representa a vida eterna, dom que Deus reserva para todos.

Deus vem ao nosso encontro e nos convida a pertencer à comunidade cristã, a Igreja. Cabe a nós hoje ir ao encontro daqueles que ainda não conhecem o Evangelho ou não são iniciados na fé cristã. Cabe a nós convidar mais pessoas para fazer parte da vinha do Senhor.   

 
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