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MOSAICO DA PASSAGEM DE MARTA E MARIA COM JESUS. LOCAL: REFEITÓRIO DO CENTRO ALETTI, EM ROMA/ITÁLIA.
HOMILIA DOMINICAL: O ESSENCIAL NA VIDA CRISTÃ
Crédito da foto - CENTRO ALETTI

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O tema central da liturgia de hoje é o da hospitalidade e do acolhimento. Nós cristãos somos chamados a acolher Deus e suas propostas em nossa vida diária. Isto torna-se realidade em nossa vida quando somos capazes de fazer um encontro pessoal com Jesus e escutar a sua Palavra. 


A liturgia de hoje nos apresenta Abrãao como o modelo de ser humano que está atento a quem passa pela sua vida, modelo de hospitalidade por acolher em sua casa aqueles que nela vem buscar ajuda e partilhar tudo o que possui com o seu próximo. Abrãao não sabia que estava acolhendo anjos em sua casa e mesmo assim os acolhe com atitude de serviço, respeito e confiança. Abraão não se limita a trazer-lhes água para lavar os pés, mas improvisa um banquete com pão recentemente cozido, com um vitelo “tenro e bom” do rebanho, com manteiga e leite; depois, fica de pé junto deles, na atitude do servo sempre vigilante para que nada falte aos convidados. Foi desta forma que ele hospedou em sua casa três anjos, que representam a Santíssima Trindade, e por isso foi recompensado com a vida de um filho: «Passarei novamente pela tua casa daqui a um ano então Sara tua esposa terá um filho»


Da parte de Deus, Ele quer deixar claro, que recompensa todo aquele que tem uma atitude de bondade, de gratuidade, de amor para com o próximo. Mostra que Deus aceita entrar em nossa vida e sentar-se à nossa mesa, para formar conosco uma comunidade de vida. Sentar-se à mesa é sinal de comunhão, de criar laços de família, de partilhar a vida. É um Deus que dialoga com o ser humano, que vem ao seu encontro para suprir as suas carências humanas e espirituais, que quer estabelecer uma história de amor e de comunhão conosco.


Diante da cultura que cada vez mais torna-se egoísta, que se fecha em si mesma, que defende o “salve-se quem puder”, do “ninguém se meta em minha vida”, diante da mobilidade humana, dos migrantes e imigrantes, somos chamados a sermos hospitaleiros com Deus e o próximo, chamados a colocar com confiança tudo nas mãos de Deus: nossas alegrias, tristezas, esperanças e projetos, pois só Ele é capaz de tornar realidade os nossos anseios mais profundos. Através de nossa hospitalidade poderemos estar acolhendo, sem sabermos, o próprio Deus em nossa casa e esta acolhida ser acompanhada de numerosas bençãos. 


Este tema da acolhida também nos faz refletir como está a nossa atitude diante de Deus? O acolhemos em nossa vida ou O rejeitamos? Como estamos acolhendo as pessoas em nossas famílias, em nossa comunidade cristã, nas repartições públicas, nas escolas, no comércio, nas emergências dos nossos hospitais, nas recepções das nossas igrejas, nas portarias das comunidades religiosas? 


O Evangelho de hoje, apresenta-nos a passagem de Marta e Maria, que provavelmente são as irmãs de Lázaro. Através dele o evangelista nos quer alertar sobre a importância da Palavra de Deus na vida de quem se diz cristão. Com a resposta: “Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas, quando uma só é necessária”, Jesus quer nos dizer que sentar-se aos seus pés, e escutar a Palavra de Deus é a atitude mais importante na vida daquele que crê, pois a Palavra é o ponto de partida da caminhada da fé. Isto não significa que o “fazer coisas”, que o “servir os irmãos” não seja importante; mas significa que tudo deve partir da escuta da Palavra de Deus, pois é a escuta da Palavra que nos projeta para os outros e nos faz perceber o que Deus espera de nós.


Se não tivermos esta atitude de colocar a Palavra de Deus como centro da nossa vida corremos o perigo de não nos encontrarmos com Deus, conosco mesmos, podemos perder o sentido das coisas, dar importância à coisas secundárias e inverter os valores da vida, podemos começar agir por nossa conta, sem levar em conta o que Deus quer de nós. São Paulo a Timóteo nos diz que: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra”(2 Tm 3,16-17). A oração e a escuta da Palavra nos ajudam a colocar no centro da nossa vida aquilo que é essencial e mais importante: como a família, os amigos, o trabalho, a vida em comunidade, a evangelização e a ajuda ao próximo, etc. Peçamos a Deus a graça de que Cristo possa fazer parte de nossa vida, família e comunidade e que a partir do diálogo fraterno e da escuta da Palavra divina possamos nos edificar mutuamente em vista de um crescimento humano e espiritual.  

Pe. Valdir Luiz Koch – Pároco.

 
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