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HOMILIA DOMINICAL: ENVIO DOS 72 DISCÍPULOS
Crédito da foto - FRANCISCANOS.ORG.BR

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O Evangelho de hoje é uma reflexão sobre a missão da Igreja e dos seus membros no mundo, para dar continuidade à missão de Jesus, tornando-se testemunha, por palavras e obras do que Jesus fez e mandou anunciar. 

A primeira informação que o Evangelho nos dá é que são 72 discípulos. Este número representa, segundo Gênesis 10, a totalidade das nações pagãs que habitavam a terra. Significa que a salvação proposta por Jesus é  universal, ou seja, destinada a todos os povos, de todas as raças, línguas, nações e condição social. Todos são chamados a aceitar esta salvação que Jesus já realizou através de sua Paixão, Morte e Ressurreição. Isto significa que não podemos excluir ninguém do anuncio do Evangelho, ele deve ser anunciado a todas as pessoa sem distinção. É Deus através da Palavra e da ação do Espírito Santo que vai transformar a vida de todo aquele que abre a porta do seu coração e deixa Deus fazer ali sua morada. 

O Evangelista Lucas afirma ainda que os discípulos foram enviados dois a dois, isto porque na cultura judaica duas pessoas são capazes de ser testemunhas jurídicas de um acontecimento. Trata-se por isso de um testemunho que tem valor jurídico. Como diz Deuteronômio: \"Só se tomará a coisa em consideração sobre o depoimento de duas ou três testemunhas\" (Dt 19,15). Mostra também que o anúncio do Evangelho é uma tarefa comunitária, que não é feita por iniciativa pessoal e própria, mas em comunhão com a Igreja, os pastores e os irmãos e irmãs na fé. 

Os 72 discípulos são enviados aos lugares onde Jesus “devia de ir”. Isto indica que a tarefa dos discípulos não é pregar a sua própria mensagem, por isso toda liderança deve anunciar o que Jesus e sua Igreja anunciam. Ninguém pode anunciar-se a si mesmo, mas uma pessoa, e esta pessoa é Jesus, nosso Salvador e Redentor e que da sua salvação Jesus não quer excluir ninguém, mas é preciso preparar o caminho por Jesus vai passar e dar testemunho d’Ele, para que as pessoas o acolham em seu coração, tenham uma experiencia de vida com Ele e a partir disso transformem a sua vida de acordo com a Palavra de Deus. 

Antes de dizer como será esta missão Jesus chama atenção dos discípulos dizendo que serão enviados “como cordeiros no meio de lobos”, ou seja, que a Igreja e os discípulos Dele serão hostilizados, perseguidos e incompreendidos pelo mundo, pois ele (o mundo) não está disposto a seguir o que Jesus ensinou, pois os valores éticos e morais do mundo não são os de Deus, mas da terra. Muitas pessoas veem a Igreja como se fosse uma ONG ou uma instituição meramente humana e por isso a perseguem. A perseguição não é contra a Igreja mas contra o próprio Deus, por isso é o próprio Deus que toma a nossa causa e luta contra aqueles que perseguem a sua Igreja edificada sobre o fundamento dos Apóstolos. Jesus diz \"Quem vos recebe, a mim recebe. E quem me recebe recebe aquele que me enviou\" (Mt 10,40), mas se alguém não receber um ungido e enviado do Senhor “saí à praça pública e dizei: ‘Até o pó da vossa cidade que se pegou aos nossos pés sacudimos contra vós” como um sinal de que a rejeição à Deus e a seus discípulos trará consequências negativas na vida daqueles que assim agem. 

Na segunda parte do Evangelho Jesus diz como deve ser esta missão para que ela se torne realidade na vida das pessoas. Em primeiro lugar o discípulo tem que ter consciência que a força do Evangelho, do Reino de Deus não reside nos meios materiais, mas na força libertadora da Palavra. Em segundo lugar, que esta missão é urgente por isso não se pode perdem tempo com conversas paralelas, com fofocas, com discussões internas e preocupações mundanas, pois muitas pessoas dependem deste anúncio para chegarem à Salvação. Em terceiro lugar o discípulo não pode querer escolher o lugar onde ele vai servir e anunciar o Evangelho, não ficar perdendo tempo em escolher lugares confortáveis para hospedar-se, mas ir e servir onde o Senhor chama, onde a missão é necessária e urgente. 

O conteúdo principal do anúncio do Evangelho é que a salvação é para todos e quem acolher este anúncio receberá a paz no coração, na família, na vida diária, viverá numa harmonia com Deus e com os outros, viverá na felicidade. Para que isto aconteça é preciso que o anúncio do Evangelho venha acompanhado por gestos concretos de oração, caridade, participação na comunidade, recepção dos Sacramentos e engajamento Pastoral, pois “uma fé sem obras é uma fé morta”(Tg 2,17). Que cada um de nós possa fazer a sua parte neste anúncio e testemunho do Evangelho para que a Igreja possa ser edificada e cumpra a sua missão no mundo de ser “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5, 13-14). 


Pe. Valdir Luiz Koch – Pároco.


 
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