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HOMILIA DOMINICAL: A VOCAÇÃO DE SAMUEL

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A liturgia da missa de hoje nos fala sobre o tema do chamado de Deus (vocação) para sermos discípulos de Cristo e vocacionados para uma vida consagrada ou dos ministérios ordenados. Tanto a primeira leitura como o Evangelho nos mostram que a vocação é sempre uma iniciativa de Deus, que chama-o pelo nome. Sempre é Deus quem chama. Não é baseado em critérios humanos que Deus chama, mas a partir de critérios divinos que escapam à nossa compreensão que Deus escolhe, chama, interpela e desafia. Quem é chamado tem que ir ao encontro de Deus e permanecer com Ele. Ser discípulo não nasce de repente, de uma hora para a outra. É preciso ter uma experiência pessoal com Deus através da oração e da escuta da sua palavra, pois sozinhos, sem a Palavra divina, andamos sem direção. Quando, por outro lado, abrimos nossos ouvidos à Palavra divina, sabemos então como nos conduzir e qual caminho seguir. É preciso ter uma vida de comunidade, engajar-se em um serviço pastoral e ter o desejo de conhecer o rosto de Deus.

O vocacionado descobre a sua vocação vivendo em comunidade e dando testemunho da permanência de Deus em sua vida. Exige perseverança, não se pode desistir da vocação por causa dos obstáculos que se possa encontrar no caminho da vida. A aventura da vocação é sempre um salto, decidido e sereno, para os braços de Deus. É na escuta dos nossos irmãos e irmãs que encontramos as propostas de vida que o próprio Deus nos apresenta. Samuel ouve três vezes a voz de Deus, mas só pela orientação do sacerdote Eli é capaz de reconhecer seu sentido, pois “Samuel ainda não conhecia o Senhor porque, até então, nunca se lhe tinha manifestado a Palavra do Senhor”. 

Como Samuel, o vocacionado deve dizer todos os dias: Fala Senhor, que teu servo escuta! “Escutar” não significa apenas ouvir com os ouvidos; mas significa, sobretudo, acolher no coração e transformar aquilo que se ouviu em compromisso de vida. O verdadeiro vocacionado tem sede da Palavra de Deus. Sabe que Deus “abriu seu ouvido para a Palavra, para acolhê-la e colocá-la em prática. Cabe ao vocacionado responder ao chamado divino e dizer “Eis-me aqui Senhor, envia-me” (Is 6,8). 

Deus chamou Samuel por quatro vezes e só na última vez o jovem conseguiu identificar a voz de Deus. O fato sublinha a dificuldade que qualquer chamado tem no sentido de identificar a voz de Deus, no meio da multiplicidade de vozes e de apelos que todos os dias atraem a sua atenção e seduzem os seus sentidos. Depois, sobressai o papel de Eli na descoberta vocacional do jovem Samuel. É Eli que compreende “que era o Senhor quem chamava o menino” e que ensina Samuel a abrir o coração ao chamamento de Deus (“se fores chamado outra vez, responde: “fala, Senhor; o teu servo escuta”” v. 9). Isto mostra que os irmãos e irmãs da comunidade que nos rodeiam têm um papel decisivo na percepção da vontade de Deus a nosso respeito. 

O chamado de Samuel aconteceu no Santuário de Silo quando ele estava prestando um serviço a Deus, ou seja, numa Igreja, no silêncio da noite. Isto quer dizer que é mais fácil perceber a presença de Deus e ouvir a sua voz num ambiente favorável de silêncio que favorece a escuta. Nos motra também que o vocacionado precisa de tempo e de espaço para rezar, para falar com Deus, para interrogar o seu coração sobre o sentido do que está fazendo, para ouvir esse Deus que fala nas “pequenas coisas”. Como identificar a voz de Deus no meio das vozes que dia a dia escutamos e que nos sugerem uma multiplicidade de outros caminhos e de propostas? É recorrendo àqueles que partilham conosco a mesma fé e que percorrem o mesmo caminho de vida: a nossa comunidade cristã, a nossa comunidade religiosa.

Portanto, o vocacionado deve ter plena consciência de que na origem da sua vocação está Deus e que a sua missão só se entende e só se realiza em referência a Deus. O vocacionado torna-se vocacionado porque um dia escutou Deus a chamá-lo pelo nome e a confiar-lhe uma missão, por isso a missão vem de Deus e  se desenvolver de acordo com a vonatde de Deus para anunciarmos e testemunharmos Deus e o seu Evangellho no meio dos nossos irmãos e irmãs.

Peçamos a Deus na liturgia desse Domingo, que como vocacionados, sejamos mais atentos à Palavra Divina. Que reservemos tempo em nossa agitada semana para a escuta pessoal da Palavra de Deus. Que na liturgia da missa os nossos ouvidos estejam aguçados para escutar e acolher aquilo que Deus nos fala e o chamado que Ele nos faz.

 
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