Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando você concorda com a nossa política de privacidade.
Aceitar e fechar
 
 
 
HOMILIA DOMINICAL: A PARÁBOLA DO JOIO E DO TRIGO

Aumentar Fonte +
Diminuir Fonte -
No Evangelho de hoje ouvimos a parábola do joio e do trigo. O «Joio» era uma planta muito parecida com o trigo. Somente se distinguia uma planta da outra no momento de brotar a espiga, por isso a resposta de Jesus no Evangelho: «deixai-os ambos crescer até à colheita». 

O Evangelho mostra que muitos inimigos de Deus semeiam o joio no meio da semente boa do evangelho (trigo), mas mesmo assim o “senhor” da parábola, que é Deus, age com paciência e misericórdia, e dá ao ser humano todas as oportunidades de se converter e viver. O “campo” é o mundo e a história, onde coexistem o trigo (bem)  e o joio (mal). É também o coração de cada homem e de cada mulher, capaz de fazer opções de vida e opções de morte. Os “servos” são os que trabalham no campo do “senhor”. Às vezes são precipitados e se tornam rígidos e intolerantes, incapazes de olhar o mundo e o coração das pessoas com bondade, serenidade e paciência divina.

Diante da realidade do bem e do mal, nós caímos na tentação de querer colocar rótulo nas pessoas, e se não pensam e agem como nós desejamos extirpar logo o mal (joio). A parábola do Joio e do Trigo nos ensina a ter paciência e prudência. O trigo e o joio enquanto estão em fase de crescimento são muito parecidos, por isso não podemos cair na tentação de querer eliminar o joio ainda nesta primeira fase, pois cairíamos na imprudência de arrancar o trigo. Nem sempre é fácil decidir entre o que é bom e o que é mau. Jesus nos dá uma dica: ter paciência e prudência para esperar pela colheita, pois pelos frutos poderemos distinguir o bom e o mal. 

O Evangelho de hoje é um convite urgente e emocionado à conversão, ao aprofundamento do compromisso com Jesus e com o Evangelho. Todos nós somos um pouco joio e trigo ao mesmo tempo. Somos seres humanos limitados: com virtudes e vícios, com fortaleza e fraqueza, bons e maus. Em todos nós há algo que precisa ser queimado (joio) e algo a ser cultivado (trigo). Não nos cabe neste momento fazer a triagem, o julgamento, eliminando o joio, pois isto cabe à Deus que conhece o coração de cada ser humano. Só Deus tem o poder de ir introduzindo no coração do homem um dinamismo de conversão, de transformação, de renascimento e de vida nova.

A “paciência de Deus” com o joio convida-nos também a rejeitarmos as atitudes de rigidez, de intolerância, de incompreensão, de vingança, nas nossas relações com os nossos irmãos. O “senhor” da parábola não aceita a intolerância, a impaciência, o radicalismo dos “servos” que pretendem “cortar o mal pela raiz”. Às vezes, somos demasiados ligeiros em julgar e condenar, como se as coisas fossem claras e tudo fosse, sem discussão, claro ou escuro. 

Jesus nos ensina a não ficarmos escandalizados com o mal. Deus permite momentaneamente o mal no mundo, com a esperança de que o pecador se converta, pois é no juízo final que se dá na morte (a colheita), que aqueles que praticaram o bem (trigo) irão para o Céu (simbolizado no celeiro) e os que praticaram o mal (joio) irão para o Inferno (simbolizado no fogo).

Portanto, a parábola do Joio e do trigo mostram que a “lógica” de Deus não é uma “lógica” de destruição, de segregação, de exclusão, mas é uma “lógica” de amor, de misericórdia e de tolerância. O Deus de Jesus Cristo é um Deus paciente e misericordioso, lento para a ira e rico de misericórdia, que dá sempre ao homem todas as oportunidades para refazer a sua existência. Deus tem um plano de salvação e de graça que oferece gratuitamente a todos as pessoas, boas e más; depois, no tempo oportuno (juízo final), ver-se-á quem são os maus e quem são os bons. No momento o bem e o mal coexistem em todos os “campos”, em todos os corações, em todas as pessoas. Os dois versículos que ouvimos na Carta aos Romanos nos mostra que o papel do Espírito Santo na alma do fiel é discernir o bem do mal, para que possamos conformar a nossa alma à «vontade divina».

Pe. Valdir Koch

 
Indique a um amigo
 
 
Conteúdos Relacionados