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HOMILIA DOMINICAL: A Igreja de Cristo em missão no mundo

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Hoje celebramos o dia mundial das missões com o tema: “batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”, com o objetivo de renovar o compromisso missionário da Igreja de anunciar e levar ao mundo a salvação de Jesus Cristo, morto e ressuscitado.

A Igreja nasce e vive da missão. A origem da missão é Deus Pai pois é Ele quem envia Jesus Cristo ao mundo para salvá-lo através de sua vida, obras, Evangelho, paixão morte e ressurreição. A Igreja nasce da missão porque na sua Ascensão Jesus diz aos discípulos: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra.  Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.  Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi” (Mt 28,18-20). No tempo das aparições pascais Jesus confirma esta missão aos discípulos dizendo: “A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós” (Jo 20,21). A nossa missão é a mesma missão de Jesus Cristo: salvar pessoas.

A Igreja vive da missão porque pelo batismo nós fomos configurados a Cristo profeta, sacerdote e pastor. Somos gerados filhos e filhas de Deus. Esta vida divina que recebemos no batismo é uma riqueza espiritual que precisa ser compartilhada, comunicada, anunciada: eis o sentido da missão. Recebemos gratuitamente este dom espiritual, e gratuitamente o devemos partilhar (cf. Mt 10, 8), sem excluir ninguém. Deus quer que todos os homens e mulheres sejam salvos por meio da Igreja, sinal universal da salvação (cf. 1 Tm 2, 4; 3, 15; Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, 48).

Esta Igreja missionária precisa ser uma Igreja em saída que vá ao encontro das pessoas, uma Igreja em permanente conversão missionária para dar resposta aos desafios do mundo de hoje, às inquietações e dúvidas do mundo atual. E para que esta missão aconteça é preciso também ter servos e servas do Senhor que digam como o profeta Isaías: \"Eis-me aqui, enviai-me\" (Is 6,8), ou como a Virgem Santíssima que diz: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Não existem servos e servas deste ou daquele movimento, pastoral, serviço, escola ou associação. Os servos são servos da Igreja de Cristo e eles devem ir onde a Igreja necessita deles para cumprir a missão dada por Jesus. Não podemos cair na tentação de se colocar no centro da evangelização, de anunciar a si próprios, de fazer da pregação da Palavra a busca de realização de projetos pessoais que só alimentam a vaidade humana, de criar dependência afetiva nas pessoas como se o Salvador fosse quem está anunciando. Não podemos criar franquias da fé, nem  causar divisões, nem mesmo usar do serviço de Deus para a exaltação pessoal e autopromoção.

Para superar esta tentação de se colocar no centro da missão é preciso ter a humildade de viver a espiritualidade de João Batista que afirmava: \"Nisso consiste a minha alegria, que agora se completa. Importa que ele cresça e que eu diminua\" (Jo 3,29-30). Segundo alguns exegetas bíblicos depois destas palavras a voz de João Batista se cala, para fazer aparecer Cristo nos Evangelhos, a Palavra plena do Pai, revelada ao mundo. O Papa Francisco afirma que a novidade da salvação trazida por Jesus Cristo exige a superação de toda tentação de voltar-se somente para si, sua pastoral, seu movimento, seu serviço, sua etnia ou sua pátria. 

Peçamos a Deus através desta celebração Eucarística, que este mês missionário seja um profundo momento de \"reavivar a chama do dom de Deus que recebemos\" (2Tm 1,6) no dia do nosso batismo, pois ele é verdadeiramente necessário para a nossa salvação, porque garante-nos que somos filhos e filhas de Deus Pai, sempre e em toda parte e jamais seremos órfãos, estrangeiros ou escravos na casa do Pai. Quem ama, põe-se em movimento, sente-se impelido para fora de si mesmo: é atraído e atrai; dá-se ao outro e tece relações que geram vida. Que sejamos capazes de chamar à fé aqueles que ainda não são batizados ou iniciados nos Sacramentos da Iniciação Cristã (batismo, Eucaristia e Crisma), pois não pode ter Deus como Pai quem não tem a Igreja como mãe (cf. São Cipriano, A unidade da Igreja, 4). Que também você irmão e irmã na fé possa responder generosamente ao chamado de Cristo para sair da sua própria casa, da sua família, da sua pátria, da sua própria língua, da sua Igreja local para tornar-se discípulo missionário da messe do Senhor.

Pe. Valdir Luiz Koch.

 
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