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HOMILIA DO 6º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Crédito da foto - INTERNET

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As bem-aventuranças, tanto de São Mateus como de São Lucas, foram proclamadas por Jesus para serem um programa de vida cristão para se livrar dos falsos valores do mundo e abrir-se aos verdadeiros bens que Deus nos dá. Bem-aventurado é aquele que entre os valores do mundo e os valores de Deus, sabe fazer a escolha certa. Como diz o profeta Jeremias: “Bendito o homem  que confia no Senhor, cuja esperança é o Senhor” (Jr 17,7). O salmista diz: “Feliz aquele que encontra seu prazer na lei de Deus e a medita, dia e noite, sem cessar” (Sl 1). Por isso as bem-aventuranças são consideradas um caminho de vida para aqueles que buscam as bênçãos de Deus. São bênçãos para aqueles que obedecem a Deus. Elas mostram a visão de Deus e o seu modo de agir sobre a realidade humana.  Deus ama a todos e para a salvação de todos enviou seu Filho Jesus ao mundo, mas segundo São Lucas, Ele tem especial predileção por alguns: os que são pobres, os que tem fome; os que choram, os que são odiados e perseguidos por causa de Jesus.
Para São Lucas os pobres é a classe de pessoas privadas de bens. São os desprotegidos, os pequenos, as vítimas da injustiça, que com frequência são privados dos seus direitos e da sua dignidade. Por isso, eles têm fome, choram e são perseguidos. Estes são os primeiros destinatários da salvação de Deus, que na sua bondade, quer derramar sobre eles a sua misericórdia e salvação. Os pobres aos quais Jesus se refere, não são somente os pobres de bens e os que não têm o que comer ou vestir. Os pobres de Jesus são também os humildes, os desapegados de seus bens, são aqueles que vivem a partilha, que vivem o evangelho. São aqueles cuja maior riqueza é a amizade de Deus. Pobre é aquele que fez a opção de não colocar a própria segurança nos bens materiais, mas é aquele que coloca a sua confiança e segurança no Senhor. Quem se faz pobre diante de Deus sabe que deve ter fome e sede da Palavra de Deus e de seus mandamentos.
            Felizes vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados! São aqueles que tem fome e sede de comida e bebida, mas também aqueles que tem fome de Deus, que tem fome de alcançar a santidade. É o desejo de conformar os nossos pensamentos com os de Jesus; de identificar a nossa vontade com a sua. Diz o profeta Amós: \"Virão dias em que enviarei fome sobre a terra, não uma fome de pão, nem uma sede de água, mas (fome e sede) de ouvir a palavra do Senhor\"(Am 8,11).
           Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados (Mt 5,4). São aqueles que lamentam seus próprios pecados, que lavam com lágrimas as suas faltas; aqueles que choram de arrependimento pelos próprios pecados, já encontram, na sua contrição, consolo e felicidade. Quantas vezes o mundo e as pessoas nos fizeram chorar por sermos cristãos, por querermos ser fiéis aos mandamentos de Deus. Jesus diz que é bem-aventurado aquele que consegue oferecer o seu choro a Deus, pois seu sofrimento será um sofrimento redentor, que salva e abre as portas dos céus.  Feliz é quem consegue chorar diante do sofrimento do próximo e ser-lhe misericordioso. São Basilio dizia: «Quem ama o próximo como a si mesmo não acumula coisas desnecessárias que possam ser indispensáveis para os outros».
Finalmente, Jesus chama bem-aventurados os que sofrem perseguição ou rejeição por sua causa. A nossa coerência de cristãos em relação ao Evangelho pode chocar ou incomodar os outros. Jesus nos convida a sermos firmes em nossa fé, a sermos suas testemunhas fiéis, por palavras e por obras, quando o mundo e as pessoas não entenderem ou não aceitarem a nossa fé em Cristo Jesus. São Pedro nos diz: “Se tiverdes que sofrer por causa da justiça, felizes de vós! Não tenhais medo de suas intimidações, nem vos deixeis perturbar...estai sempre prontos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que a pedir” (1Pd 3,14ss). 
Portanto, no Evangelho de hoje Jesus pede que se crescerem as nossas posses, não sejam elas a segurança e confiança da nossa vida, mas o próprio Deus; que sejamos sóbrios na maneira de usar os bens materiais; que o uso destes nos leve a alcançar mais facilmente os bens espirituais, especialmente através da vivência da caridade; que não façamos gastos supérfluos por luxo, por vaidade, por comodismo; que não caiamos na armadilha do consumismo que cria a cada dia novas necessidades para nós; que sejamos desprendidos das coisas que usamos; Jesus não quer que os bens materiais tomem o lugar que pertence a Deus em nossos corações. Feliz é quem reconhece que Deus é a sua maior riqueza, pois tudo o que existe pertence a Ele, pois foi Ele quem criou todas as coisas no, céu e na terra. Que os bens que possuímos nos ajudem a servir melhor a Deus e ao próximo, pois a nossa vida não depende dos bens que possuímos, mas da graça de Deus, pois somente Ele pode nos dar vida e a vida em abundância (cf. Jo 10,10). Jesus quer que sejamos solidário com as dores do mundo e as necessidades do próximo.

 
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