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HOMILIA DO 34º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Crédito da foto - INTERNET

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A solenidade litúrgica Cristo Rei do Universo foi instituída pelo Papa Pio XI, em 1.925, com o objetivo de recordar a toda a humanidade o senhorio de Jesus Cristo sobre todos os reinados, governos e instituições, pois já no início do século passado, depois da primeira guerra mundial, o papa percebeu que o mundo estava  deixando-se levar por ideologias como o marxismo e nazismo, que deixavam de lado os ensinamentos do Evangelho, especialmente no que diz respeito à moral cristã, à dignidade da pessoa humana e a liberdade religiosa. Ainda hoje defende-se com todas as forças a ideia de que a religião é um assunto da esfera privada, não sendo, possível tratá-la nos âmbitos públicos. As discussões referentes a temas como aborto, casamento gay, eutanásia, divórcio, etc não deveriam levar em conta a moral cristã; a razão seria o suficiente para o discernimento dessas questões. Quando os governos começaram a renegar a lei natural de Deus inscrita na criação, assumindo o princípio da maioria como juízo universal dos costumes, o Estado tinha a intenção de se constituir em uma nova divindade e negando a vontade de Cristo Rei do Universo. Por isso a solenidade litúrgica de hoje foi especialmente instituída para nos mostrar que Jesus Cristo é o único rei, soberano de uma sociedade e de um mundo que parece querer viver sem Deus.
Para celebrar a Solenidade de Cristo Rei é preciso despojar-se do pensamento mundano sobre reis, reinos e coroas e entender o seu reinado a partir da lógica do serviço: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). O modo como Cristo reina é servindo, é entregando a própria vida na Cruz para nos salvar, por isso o trono a partir do qual Cristo reina é a cruz. A cruz é a expressão máxima de uma vida feita Amor e entrega por nós. Jesus no diálogo com Pilatos disse: “meu reino não é deste mundo”, ou seja, Ele explica que não é um rei terreno, com exércitos, com poderes políticos, econômicos ou outros poderes passageiros, mas é um reinado estável e definitivo, um “Reino de verdade e de vida, Reino de santidade e de graça, Reino da justiça, do amor e da paz”. Ele é Rei pois é “através de quem e para quem todas as coisas foram criadas, no céu e na terra… Tudo foi criado através dele e para ele… Ele é o Primogênito dentre os mortos” (Cl 1,1518). Fora de Cristo não há salvação, nem esperança, nem vida e o seu Reino jamais passará. A criação e a história humana toda, a vida de cada um de nós caminham para Cristo e nele todas as nações serão julgadas, ou seja, Ele tem a última palavra sobre o mundo e a História. O reinado de Cristo tem início neste mundo e permanecerá na vida eterna, para sempre.
No Céu, o reino de Jesus é de glória e soberania. Aqui, na terra, ele é misterioso, humilde e pouco aparente, pelo fato de  não querer fazer uso ostensivo do poder absoluto que tem sobre todas as coisas: \"Foi-me dado todo o poder no Céu e na terra\" (Mt 28, 18).
Cristo é Rei porque se fez solidário conosco ao fazer-se um de nós, é Rei porque tomou nossa vida sobre seus ombros, é Rei porque passou entre nós servindo, até o maior serviço: entregando-se totalmente na cruz. O Papa Pio XI dizia: “É necessário que Cristo reine em nossa inteligência, na nossa vontade, no nosso coração, no nosso corpo, templo do Espírito Santo; no nosso trabalho profissional, caminho de santidade… Convém que Ele reine!” (Papa Pio XI).
Na oração do Pai Nosso Jesus nos ensina a pedir: “Venha a nós o vosso Reino”. Jesus nos convida a fazer parte desse Reino e a trabalhar para que esse Reino chegue ao coração de todos. Como já disse para Cristo reinar é servir, por isso o critério para participar do Reinado do Senhor Jesus é servi-lo nos irmãos: no pobre, no despido, no doente, no prisioneiro, no fraco. É sendo mensageiros desse Reino, na família, na rua, na sociedade, no ambiente de trabalho, de estudos, em nossos relacionamentos diários.
Como podemos deixar Cristo reinar em nós? Reconciliando o que está dividido, salvando o que está perdido, colocando ordem espiritual onde o pecado trouxe desordem; servindo a Deus e ao próximo onde o egoísmo dominou; agindo para que não haja mais ódios nem crueldades, nem guerras, pois seu reino é a paz, a alegria, a justiça. Participamos do reinado de Cristo quando nos empenhamos em viver o seu Evangelho e ajudamos as pessoas no seu caminho de fé e salvação.
Assim como São Dimas, o bom ladrão, possamos pedir a Cristo: “Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no teu Reino!\" (v. 42) e que possamos ouvir de Jesus: “Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso\" (v. 43).



 
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