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HOMILIA DO 33º DOMINGO DO TC - MULTIPLICAR OS DONS E TALENTOS
Crédito da foto - Internet

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O Domingo é o Dia do Senhor. O Domingo não é um dia qualquer, não é apenas mais um dos dias da semana e nem somente um dia de descanso e lazer, mas é o dia do “Dominus”, do Cristo e, por isso, é também o dia da Igreja, de nos reunirmos para louvar o Senhor de nossas vidas e sermos por Ele alimentados na dupla mesa da Palavra e da Eucaristia. A liturgia fala-nos da vinda do “Dia do Senhor”. Cada domingo é como que uma antecipação desse “Dia” que virá. Para que este “dia definitivo” não nos pegue de surpresa, São Paulo nos adverte para que estejamos “vigilantes” e “sóbrios”, ou seja, não podemos viver a nossa vida de qualquer maneira, precisamos viver cada dia como se fosse o último, como se fosse já o dia de ir ao encontro do Senhor. Devemos estar conscientes de que o Senhor voltará! Isso de dará de dois modos: O primeiro deles é o dia do nosso juízo particular, no dia da nossa morte, nós acolheremos pessoalmente “a vinda do Senhor”. O segundo modo é através do juízo universal, quando Cristo voltará e julgará a humanidade, e estabelecerá de modo definitivo o seu Reino no meio de nós.
O Evangelho é uma imagem do final dos tempos. O senhor da parábola, que viaja para o estrangeiro e volta depois de muito tempo, é uma imagem do Cristo que, tendo Ressuscitado, subiu para junto do Pai e de lá enviou sobre a Igreja o seu Espírito, doador de todos os dons. O acerto de contas é o dia do juízo, onde Cristo vai premiar e introduzir na sua “alegria”, ou seja, no “seu Reino”, os que multiplicaram os talentos, os que colocaram os dons recebidos do Espírito Santo a serviço do crescimento do Reino. Os que enterraram seus dons e não multiplicaram o tesouro recebido do Cristo, serão lançados fora, serão condenados.
A primeira leitura nos apresenta um exemplo concreto de quem procura “multiplicar os seus talentos” à espera do Senhor que há de vir. Trata-se de um texto que faz um elogio à mulher “forte”. Essa mulher “forte”, é um exemplo prático de alguém que “multiplicou seus talentos”, ou seja, se comportar com sabedoria, viver as virtudes próprias do seu estado de vida. O encanto dessa mulher não está na sua beleza, mas sim no seu “temor ao Senhor”. Multiplicar os dons recebidos do alto, colocando-os a serviço do Reino, é uma forma concreta de viver o “temor do Senhor” e de “trilhar por seus caminhos”.
Chegando ao final do ano litúrgico, a liturgia nos recorda que a vinda do Senhor será, também, um dia de juízo. Deveremos prestar contas a Deus do que fizemos com a vida e com os dons que Ele nos deu. Isso não deve gerar “medo” em nós, mas, sim, sentimento de “responsabilidade”. Recebemos de Deus um grande dom, o dom da nossa vida. E nossa vida veio ornada com outros tantos dons com os quais Deus quis nos agraciar. Ninguém pode dizer que não recebeu de Deus dons que ornam a sua existência! Quem não os encontrou ainda em si, é porque talvez não se tem olhado com justiça. Devemos enxergar com sinceridade em nós esses dons com os quais quis Deus nos agraciar e devemos colocá-los a serviço do Reino, com espírito de ação de graças. De graça recebemos esses dons e de graça os colocamos a serviço de Deus e dos irmãos (cf. Mt 10,8). Nossa recompensa virá só quando Nosso Senhor vier na sua glória. O prêmio será sua boa palavra, seu doce convite: “Vem participar da minha alegria!”.
Portanto, a espera do Senhor que vem não é um tempo perdido. Pelo contrário, é o tempo oportuno para que possamos fazer crescer e multiplicar os dons que o Senhor nos confiou. Precisamos ter a ousadia de não se contentar com o que já se possui espiritualmente; não devemos nos deixar dominar pelo comodismo e pela apatia. Precisamos lutar, esforçar-se, arriscar, ganhar espiritualmente. Todos os dias, precisamos ter a coragem de arriscar, pois vivemos para o Senhor, trabalhamos para o Senhor. A autêntica vigilância não é espera passiva, mas é atitude, é serviço em prol do próximo, por meio da multiplicação dos dons confiados pelo Senhor à cada um de nós. Ser vigilante é não ter medo de arriscar, é pôr-se a serviço do próximo, partilhando os dons recebidos apesar dos riscos, pois para Jesus não basta não fazer o que é mau; basta deixar de fazer o bem, ou seja, ser omisso, para ficar fora da comunidade, para ser considerado mau. Que sejamos capazes de multiplicar nossos dons e talentos recebidos no dia do nosso batismo. 

 
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