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HOMILIA 6º DOMINGO DO TC - JESUS CURA NOSSAS ENFERMIDADES
Crédito da foto - INTERNET

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O texto que ouvimos na primeira leitura é parte de uma seção da bíblia que fala dos vários tipos de “impureza” que havia no A.T e que impediam a pessoa humana de se aproximar do templo. Este livro também apresenta os ritos que se deveria seguir para “purificar” o ser humano de suas impurezas.

Um dos tipos de impurezas do A.T era a lepra. O leproso deveria habitar fora do acampamento e devia dar sinais exteriores da sua enfermidade: viver com os cabelos em desordem, barba coberta e deveria gritar “impuro, impuro” – para evitar que qualquer um se aproximasse dele e ficasse, também, impuro. Tocar um leproso era causa de impureza, assim como tocar o corpo de um defunto. Daí percebe-se a tragédia de quem era acometido por tal enfermidade: a pessoa era tratada como um morto, embora ainda estivesse vivo. O contato com a “impureza” não era pecado; mas o homem devia “limpar” a “impureza” contraída, logo que possível. Só depois de purificado podia voltar a aproximar-se do Deus santo e a estabelecer comunhão com Ele.
O Salmo 31 que ouvimos nos mostra que diante de situações difíceis, como é o caso da doença grave, só Deus torna-se o nosso refúgio. Diz o salmista: “Sois, Senhor, para mim, alegria e refúgio”. Significa que nos sofrimentos mais atrozes da vida, só no Senhor podemos reencontrar a alegria e só n’Ele podemos nos refugiar, certos de que Ele sempre nos acolhe, consola e fortalece. 

É nesse sentido que no Evangelho Jesus irá demonstrar que Deus não marginaliza nem exclui ninguém e que todos os homens e mulheres são chamados a integrar a família dos filhos de Deus. Sem respeitar as distâncias que um leproso devia manter das pessoas sãs ele aproxima-se de Jesus e diz: “Se queres, tens o poder de curar-me”. Ele confia no poder de Jesus, sabe que só Jesus pode ajudá-lo a superar a sua triste situação de miséria, de isolamento e de falta de dignidade. O leproso vê em Jesus o seu “Paráclito”, ou seja, aquele que pode estar junto dele para resgatá-lo da sua “morte”. Diante da profissão de fé do leproso, “Se queres, tens o poder de curar-me”, Jesus sente compaixão ao ver o sofrimento do homem, pois, sendo Ele o “Senhor da vida”, não quer ver os “filhos amados do Pai” na dor, na tristeza e no sofrimento.

Jesus em vez de se afastar do leproso e de o acusar de infringir a Lei, Jesus olha-o “compadecido”, estende a mão, toca-lhe e diz: “Eu quero, sê puro”. Jesus salva o homem leproso da escravidão em que a doença o havia lançado. Jesus ordena e o homem fica curado da lepra. Mais uma vez o Evangelho mostra o poder da palavra de Jesus. Bastou dizer “Eu quero, sê puro” que o homem ficou curado. Ao curar o leproso Jesus quer mostrar que este homem doente não é um marginal, um pecador condenado, um homem indigno, mas um filho amado a quem Deus quer oferecer a salvação e a vida plena. 

Todos nós somos como esse leproso. Jesus já veio e já morreu para nos curar da nossa lepra, que é o pecado. O pecado é como uma lepra que destrói a nossa alma, que nos dilacera, que nos mutila, que nos divide… Jesus veio e se apresentou a nós como aquele que veio para nos curar dessa lepra e para nos devolver a saúde. Precisamos, todavia, imitar o exemplo desse leproso. Precisamos pedir com humildade a cura de nossas doenças e fraquezas e entrar num processo penitencial que se inicia com a quaresma que se aproxima. Jesus mostra neste Evangelho que a sua vinda ao mundo tem como objetivo banir o sofrimento, a doença, a marginalização e a exclusão da vida do ser humano. 

Jesus que mostrar que o doente não é uma pessoa impura, não é um abandonado pela misericórdia de Deus, não é um prisioneiro do pecado, não é alguém que Deus abandonou nas mãos das forças demoníacas, mas é um filho e filha de Deus ao qual Ele diz: “Deus ama-te e quer salvar-te”.  Com a cura do leproso Jesus nos revela um Deus cheio de amor, de bondade e de ternura, que Se faz pessoa humana e que desce ao encontro dos seus filhos e filhas, um Deus que não exclui ninguém, um Deus que se compadece do sofrimento humano, que lhe estende a mão com compaixão, que o purifica, que lhe oferece uma nova vida e que o integra na comunidade cristã.  O Salmista diz: “Senhor, viste o mal e o sofrimento, toma-os na tua mão”. Peçamos a Jesus que tome em suas mãos as nossas dores, sofrimentos, doenças, impurezas, angústias e tribulações, para que possamos ser curados dos males do corpo e da alma, tudo para a glória de Deus Pai. 

 
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