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HOMILIA: SANTA CEIA DO SENHOR

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Com a celebração de hoje iniciamos o Tríduo Pascal, que é o centro da vida, da liturgia e da fé da Igreja. Nele celebramos a Paixão, a morte e a Ressurreição do Senhor. Esta celebração litúrgica é a única do ano em que se entoa o Glória, mas não se canta o Aleluia! Nesta noite celebramos a instituição da Eucaristia, do Sacerdócio e do Amor Fraterno (serviço). Tudo aquilo que Jesus realizou durante toda a sua vida Ele o deixa sintetizado (resumido) nos gestos, nas palavras e nos símbolos da Última Ceia que celebrou com os seus discípulos. Ao instituir a Eucaristia promete estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos; ao instituir o sacerdócio, instituiu o Sacramento da Ordem, ou seja, a vocação dos Pastores que devem conduzir o Povo de Deus e oferecer-lhes o Pão da Palavra e da Eucaristia; ao lavar os pés dos Apóstolos Jesus se fez nosso servo, e nos ensinou a servir, a viver o amor fraterno. Na sua entrega voluntária ensina-nos o abandono nas mãos de Deus Pai.

Jesus diz: “Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa”: Neste momento de pandemia tenho certeza que refletimos estas palavras de Jesus várias vezes, porque sempre tivemos a oportunidade de participar da Eucaristia, pelo menos no Domingo, mas nem sempre o fizemos, simplesmente por comodismo, por causa do trabalho, dos estudos, do lazer e outras atividades. Talvez muitas vezes tenhamos pensado: Jesus está sempre no Sacrário da Igreja me esperando até que me dê vontade de ir recebê-Lo e adorá-Lo. Mas agora mesmo que queiramos, não podemos comungar sacramentalmente. Acredito que Deus esteja nos dando a oportundiade de refletir sobre a importância dos Sacramentos, especialmente da Eucaristia em nossa vida pessoal e eclesial. Não deixemos mais de participar da Santa Missa, de ter esse encontro pessoal com o Cristo Eucarístico.

Nesta noite Santa, Jesus oferece através das espécies do pão e do vinho o seu Corpo e Sangue, como alimento e sinal da nova e eterna aliança entre Deus e a humanidade. Jesus pediu: “Fazei isto em memória de mim!”. No mundo todo, diariamente, as palavras da consagração são repetidas pelos sacerdotes para que Cristo se faça presente entre nós. Por isso, para termos a Eucaristia também é preciso que tenhamos os Sacerdotes para que, agindo na pessoa de Cristo Sacerdote e Mestre, possam nos alimentar com a Eucaristia e a Palavra. Os sacerdotes são aqueles que em nome de Cristo e por sua ordem, deverão presidir à celebração eucarística até que Ele volte, por isso somos convidados a rezar diariamente pelas vocações sacerdotais. A Eucaristia ponto mais alto da vida da Igreja, é o sacramento que sintetiza e resume todos os mistérios da vida de Cristo, de tudo o que fez, falou e ensinou.  

Jesus diz ainda: “dei-vos o exemplo”. Exemplo de que é necessário ser tolerante, de buscar ajuda mútua, de agir em unidade; de aprender a servir e a doar-se. Geralmente não toleramos a mínima ofensa de alguém. A intolerância do ser humano esta cada vez mais estrita. Muitas vezes quando não se concorda com o pensamento do outro, ou quando a própria vontade não é atendida, parte-se para a violência e até mesmo à morte. Jesus, pelo contrário, nos dá o exemplo de que não só suportou a traição de  Judas, mas ainda lavou a sujeira dos pés dele, por isso o lava-pés nos ensina a perdoar, a servir, a ouvir e a entender o próximo.

No contexto atual de quarentena é importante lembrar que a Eucaristia foi instituida na sala do Cenáculo, ou seja numa casa particular, que os cristãos mais tarde chamaram “Domus Eclesiae” (casa da Igreja). «Igreja» é a comunidade dos são convocados e acreditam em Cristo. Nela Deus «convoca» o seu povo de todos os confins da terra para adorá-Lo. A “família”, a “casa” e o “lar” tiveram um papel importante na evangelização da igreja primitiva, ela foi a “igreja doméstica”, o agente ativo da expansão do Evangelho a todos os povos até chegar em nós hoje. Por isso convoco cada família de nossa cidade a tornar-se uma Igreja orante, capaz de fazer da sua família um lugar de oração diária diante do “cantinho de Jesus”. Pais e filhos não deixem enfraquecer a vossa fé apesar das adversidades. Que Jesus, Maria e José, a Sagrada Família, nos dê a benção e a alegria de pertencer a família de Deus e ter a certeza que essa promessa de benção e de prosperidade é para todas as famílias!  Que a cada dia possamos dizer como Josué: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15c).   

  Pe. Valdir Luiz Koch

 
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