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HOMILIA - 5º DOMINGO DA QUARESMA -
Crédito da foto - VATICANO NEWS

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A MULHER ADÚLTERA Jo 8,1-11
O Evangelho nos mostra que antes de julgarmos uma pessoa, por causa de seus pecados cometidos, precisamos fazer um exame de consciência sobre as nossas próprias ações. 
No Antigo Testamento Deus compara a sua relação com o seu povo como um casamento, por isso toda vez que o Povo é infiel aos seus mandamentos os acusa de adultério. Na profecia de Oséias o Senhor Diz: \"Protestai contra vossa mãe, protestai, porque já não é minha mulher e já não sou seu marido. Afaste ela de sua face, suas fornicações e seus adultérios...\" (Os 2,4). Com isto o Senhor quer dizer que nós nos tornamos adúlteros quando somos infiéis a Aliança que Ele fez conosco, quando buscamos outros deuses, quando traímos a confiança de Deus com nossas atitudes pecaminosas, quando não procuramos colocar em prática a sua vontade e não vivemos como filhos e filhas de Deus.  
Mesmo sendo infiéis ao Senhor, Ele nos busca como uma ovelha perdida e nos convida a voltarmos ao seu convívio através da Igreja. A quaresma é um tempo propicio para abandonarmos nossos pecados, pois é o tempo favorável que Deus nos dá para recebermos o seu perdão através de Jesus Cristo e da Confissão. Deus está disposto a não mais olhar para o nosso passado de pecados. Ele quer nos dar uma oportunidade de a partir de hoje começarmos uma vida nova, por isso Ele diz através do profeta Isaías: “Não vos lembreis mais dos acontecimentos passados, não presteis atenção às coisas antigas” (Is 43,18). Jesus nos convida a nos levantar do pecado, a nos colocarmos à caminho da misericórdia de Deus, a estarmos em movimento e abandonar o pecado, a continuar a nossa vida na graça de Deus. Deus quer que as coisas passadas não condicionem mais a nossa vida, não nos façam mais sofrer e desanimar, mas quer que passemos a viver o hoje e o amanhã conforme a sua vontade. Páscoa é passagem, por isso a quaresma quer nos preparar para que passemos do pecado à graça, dos vícios às virtudes, da frieza para a fé viva; da indiferença em relação às coisas de Deus para uma vida em comunidade vivendo a Palavra de Deus e os Sacramentos.
Jesus no Evangelho nos ensina que o arrependimento sincero e o compromisso diante de Deus de não voltar a pecar, é a condição para recebermos o perdão dos pecados. Jesus disse à mulher adultera: “Vai e não tornes a pecar” (Jo 8,11). Jesus quer nos dar uma oportunidade para recomeçarmos uma vida nova. Comentando este trecho do Evangelho Santo Agostinho diz: “O Senhor condena o pecado, não o pecador. Com efeito, se tivesse tolerado o pecado, teria dito: Nem Eu te condeno. Vai, e vive como quiseres… Todavia, Ele não disse isto”. Mas disse: “Vai, e de agora em diante não peques mais”. Isto mostra que Jesus é intolerante com o pecado, mas procura a todo custo salvar o pecador. 
Nós somos chamados a nos unir à Cristo na vivência da misericórdia para com aqueles que pecaram, mas estão arrependidos de seus pecados. Jesus apela à nossa consciência para mostrar que todos nós somos pecadores diante de Deus. «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra» (Jo 8,7). Nenhum de nós está isento de pecado, por isso não estamos em condições de condenar ninguém. Em Lucas Jesus diz: \"com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também” (Lc 6,38), ou seja, na mesma medida que julgamos seremos julgados. O único que poderia julgar a mulher pecadora era Jesus, pois não tendo pecado, poderia se fazer juiz desta pecadora, mas Ele não o quis, por que Jesus mostra que Deus não quer a morte do pecador, mas que ele se converta e viva (Ez 33,11).
 É a misericórdia de Deus que nos salva e liberta, que nos conduz a vida eterna, por isso procuremos ajudar as pessoas que estão em situação de pecado que abandonem o seu caminho, que se libertem do poder do maligno e voltem à graça divina através da misericórdia de Deus, da Igreja e dos Sacramentos. Como São Paulo, deixemos o pecado para trás e nos lançemos para frente, para buscar o prêmio eterno que Deus reservou para todos os que Nele confiam (cf. Fl 3,13-14).

 
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