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HOMILIA - 2º DOMINGO DA QUARESMA -
Crédito da foto - INTERNET

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A Transfiguração é o encontro de Jesus com o seu Pai e acontece no Monte Tabor quarenta dias da crucificação de Cristo. O monte Tabor é o lugar deste encontro divino entre o Pai, o Filho e a humanidade. Deus Pai reconhece Jesus como seu Filho e legitima as suas ações e pede que O escutemos: «Este é o meu Filho muito amado: escutai-O». 
Depois do Batismo de Jesus é no Monte Tabor que acontece uma segunda manifestação da Santíssima Trindade: a voz do Pai que dá testemunho do Filho, o Espírito ilumina (nuvem) e o Filho que recebe e manifesta a palavra e a luz. No Tabor, Cristo transforma a natureza humana, manchada pelo pecado de Adão, e a reveste da glória divina. Cristo não se despe de sua divindade, mas reveste a humanidade de sua glória.
Nesta passagem da Transfiguração de Jesus no Monte Tabor temos alguns símbolos que são importantes que compreendamos: a) Monte: lugar da revelação de Deus ao ser humano (ex: Monte Sinai); b) A nuvem: representa o Espírito Santo e indica a presença de Deus; c) As vestes brilhantes e brancas: são símbolo da ressurreição de Jesus Cristo, são sinais de que Ele vencerá de modo definitivo o pecado e a morte eterna; d) Moisés e Elias: representam a Lei e os Profetas. A presença de Moisés e Elias na transfiguração significa que Jesus veio para cumprir tudo aquilo que eles anunciaram em nome de Deus Pai; e) O temor e a perturbação dos discípulos:  são a reação lógica de qualquer homem ou mulher, diante da manifestação da grandeza, da onipotência e da majestade de Deus (cf. Ex 19,16; 20,18-21); f) O sono dos discípulos: mostra que os apóstolos não conseguem acompanhar Jesus em sua oração e missão em união com o Pai. Depois de acordar do sono profundo, Pedro dá sinais de que não está sintonizado com o projeto de Deus: “Ele não sabia o que estava dizendo”. g) O fato de Jesus não querer construir três tendas: uma para si, outra para Moisés e outra para Elias nos mostra que Jesus nos obriga a “regressar ao mundo, à família, à Igreja”, para enfrentar os seus desafios e problemas, e ser agentes de transformação dos sinais de morte em sinais de vida. Jesus quer que cada um dê o seu contributo para criar um mundo, uma família e uma Igreja mais justa e mais feliz.  “Olhando em redor, não viram mais ninguém, a não ser Jesus, sozinho com eles” ensina que Jesus chama os Apóstolos a voltar a sua vida diária, de alegrias e desafios.
O objetivo da transfiguração é revelar que Jesus é o Filho amado de Deus, em quem se manifesta a glória do Pai. Jesus é Aquele através de quem o próprio Deus dá ao seu Povo a nova lei do amor e através de quem Deus propõe aos homens e mulheres uma nova Aliança, através do qual nascerá um novo povo de Deus: a Igreja. A liturgia da transfiguração quer nos mostrar que o Cristo glorioso é o mesmo crucificado, é o mesmo que está na Palavra (Biblia), é o mesmo que está na Eucaristia e é o mesmo que está presente naqueles que sofrem e que são marginalizados.
Neste tempo quaresmal a transfiguração de Jesus vem nos mostrar que precisamos buscar a intimidade com Deus através da oração, buscar dialogar com Ele, ouvir Dele que somos seus filhos e filhas amados e que somos convidados à ouvi-Lo. Quando conseguimos fazer uma existência mística com Deus isto nos fortalece, nos dá forças para superarmos os sofrimentos. No meio dos maiores sofrimentos, Deus nos dá o consolo, nos diz  não desanimeis, não tenhais medo, eu venci o mundo, eis que estou convosco! A lógica do amor não conduz ao fracasso, mas à ressurreição, à vida definitiva, à felicidade sem fim. 
Pedro diz : “Mestre, é bom estarmos aqui”. Pedro queria ficar no Monte Tabor para fugir dos seus problemas e dificuldades diárias. Isto nos mostra que, assim como Pedro, às vezes não admitimos Jesus como um messias sofredor, que muitas vezes queremos um Cristo sem cruz, que não estamos dispostos a fazer sacrifícios para chegar à glória. Queremos o céu, mas às vezes não queremos fazer aquilo que é preciso para conquistar o céu. A transfiguração nos mostra que ainda não chegou o momento de ficarmos acomodados e sentados, para usufruir da Glória de Deus, mas é preciso caminhar com Jesus e seguir o seu caminho para chegar ao Pai.
A transfiguração é a festa da divinização do homem, uma antecipação do que seremos quando formos glorificados na ressurreição, o que seremos quando Cristo transformar nosso corpo mortal e torná-lo semelhante ao seu corpo glorioso, para participar da beleza de Deus. 

 
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