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ARTIGO: O SENTIDO DA VIDA

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Em todos os tempos da história, inúmeros filósofos tentaram definir o existir humano, a razão de nossa presença no universo. Tentativas em vão; a vida foi olhada apenas como presença no mundo. Quando o existir humano foi observado como vida em si, que independe de outras coisas para ter sentido, ela foi respeitada com mais dignidade e o existir humano foi contemplado com sentido. Foi preciso compreender a vida em si e não definir o existir como uma presença no mundo que procura encontrar uma finalidade. A finalidade já existe como missão, assim como o existir humano é um fato real. 


O existir humano difere de outras tantas vidas existente no mundo. Os animais e as plantas não sabem que existem e muito menos por que existem. Apenas a vida humana está contemplada de razão, sentimentos, emoções, consciência e liberdade; o que nos dá a graça de buscarmos e contemplarmos o sentido da vida. O sentido da vida é existente na vida humana, está reservado para a nossa vivência e é passível de ser contemplado pelas faculdades que nos são próprias. A liberdade nos direciona a vivermos segundo os princípios que adotamos e nos são convenientes, porém acarreta a responsabilidade de vivermos mais que uma escolha; vivermos segundo a consciência de que estamos no caminho do sentido. A razão de vivermos deve ser o sentido que a existência proporciona. Ela é natural, racional e comprometedora. Natural porque fomos agraciados com a vida e seu sentido; racional porque somos dotados da capacidade para escolher (liberdade) entre o conveniente e o desagradável; comprometedora porque a existência exige que vivamos com sentido, nos afastando de tudo o que fere a dignidade humana e nos aproximando do vazio existencial.


O existir humano é dotado de sentimentos e emoções que podem determinar a vivência, conduzir a vida, se assim permitirmos; porém, possuímos a liberdade para acolhermos determinados sentimentos e emoções como saudáveis ou não e assumirmos uma postura amadurecida frente à existência, as oportunidade e os caminhos a seguir, sempre olhando para o sentido, nossa meta e missão. A vida tem sentido e nós, pessoas humanas, somos os únicos seres vivos dotados da capacidade de encontrar o sentido e executar uma missão.  Uma missão dada a alguém é um compromisso confiado. Somos capazes de assumir e realizar uma missão, executar uma tarefa que nos foi reservada. A existência traz consigo, e entrega em nossas mãos, uma missão a ser assumida e realizada, e, com ela, vivermos o sentido. A existência é a presença na vida que graça existencial, a qual possuímos para realizar a nossa missão. A existência confiou uma missão à nossa vida, missão única e que deve ser assumida com singularidade e autonomia. 


A existência humana é dotada da capacidade de tomar decisão por si, diante da sua liberdade e considerando a sua história. Aqui está o sentido da vida, único e irrepetível que considera a realidade singular e autônoma como princípio fundamental para o existir humano. Buscamos compreender o sentido da vida porque a vida possui um sentido e a ela damos um norte que valha a pena, e é fundamental que o façamos considerando que a vida humana é um ser de capacidade que compreende e toma decisões independente da gravidade da situação. Todo e qualquer sentimento é possível e passível de ser compreendido e acolhido no sentido da vida. Frente a eles cabe-nos vivenciarmos o sentido e assumirmos a realidade existencial como missão. Não somos livres de que chegue até nós os sentimentos e as dores indesejadas, mas somos livres para nos posicionar frente a eles e permitir que a vida seja conduzida com sentido apenas de todas as mazelas que nos deparamos. Acolher não significa ser preciso converter a vida em determinada realidade, mas compreender a determinada realidade e, frente a ela, optarmos por atitudes que tenham sentido.


A existência traz consigo a realidade da vida e nos oferece a graça de caminharmos com serenidade e maturidade, ao passo que podemos, também, caminhar frustrados e desanimados. Tudo depende de como compreendemos o valor da vida frente a sua existência. A vida nos coloca frente às alegrias e às dores. Estas existem tão reais como é real a nossa existência. Nossa missão é encontrar o sentido frente a tudo com que nos deparamos, serenizarmos uma vivência madura e não buscarmos apenas momentos de felicidade fugindo dos momentos difíceis.  A existência nos entrega a graça da vida e a vida contempla um sentido. É nossa missão encontrá-lo para vivermos a plenitude de nossa existência.  O sentido da vida não deve ser dado por nós e sim encontrado. Não devemos inventar ou criar um sentido para nossa vida e nem fundamentá-lo em vivências ou coisas externas, mas buscá-lo para ser encontrado na sua existência. Essa busca se faz durante a vida toda e o encontro se dá em cada momento em que determinada realidade e vivência tem sentido à nossa existência. 


Viver deve ser um constante encontro com a vida. O ser humano não é apenas um ser jogado no mundo, uma pulsão, um ser inferiorizado que busca poder, mas ele possui uma razão para existir. Nós somos bem mais que um ser biológico, sociológico e psicológico; somos uma realidade integrada que contempla a existência, a vivência e a missão, e nessa vivência deve estar contemplado o sentido direcionado para a missão. O sentido da vida é viver a missão que nos foi reservada na existência.


O sentido de tudo é o sentido que existe em tudo. 


 
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