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ABERTURA DO SÍNODO DA AMAZÔNIA
Crédito da foto - DIOCESE DE SÃO MATEUS

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        O Sínodo dos Bispos foi criado pelo Beato Papa Paulo VI, após o Concílio Vaticano II, no dia 15 de setembro de 1965 com o Motu Próprio Apostolica Sollicitudo. A palavra “sínodo” vem do grego syn (“juntos”) e hodos (“caminho”), por isso significa “caminhar juntos”. O Sínodo é um modo pelo qual os bispos do mundo inteiro exercem a sua colegialidade entre si e com o Papa para estudar e apresentar propostas ao Sumo Pontífice para resolver questões que afetam a vida da Igreja em todo o mundo, em algum país ou em algum continente. O objetivo do Sínodo é dar voz ao Povo de Deus e buscar soluções pastorais que tenham aplicação universal. Por isso Sínodo é  uma assembleia de bispos que representa o episcopado católico e tem como tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja universal dando-lhe seu conselho.

O Sínodo da Amazônia foi convocado pelo papa Francisco em 2017 e terá como tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. Será celebrado do dia 06 a 27 de outubro em Roma com a participação dos Bispos que compõe a região Pan Amazônica: Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa. 

Segundo o Papa Francisco, este sínodo de modo especial, tem o objetivo de “identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus (Amazônia), especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta”. Os temas principais serão: O “rosto dos povos da Amazônia”; a riqueza natural da Amazônia que está em risco por causa da exploração sem limites; conhecer o modo de vida dos povos da Amazônia; conhecer a realidade das cidades dos nove países que compõem a região Pan-Amazônica; estudar as desigualdades sociais, econômicas, culturais e políticas e apresentar soluções.

A partir da Encíclica “Laudato si” publicada pelo Papa Francisco em maio de 2015 ele desenvolve três conceitos novos que ouviremos muito nestes dias do Sínodo e certamente no documento final. Os termos são:

Ecologia integral: com este termo o Papa quer dizer que cuidar da ecologia não é só zelar, cuidar do “verde” ou do “meio ambiente”, mas que neste ambiente também está o ser humano, por isso, “ecologia integral” significa que o desenvolvimento precisa ser sustentável, com o equilíbrio entre a atividade econômica e o bem-estar social das pessoas; com condições de vida digna e a preservação da natureza.

     Casa Comum: O Papa Francisco chama o planeta Terra de “casa comum” significando que “tudo que foi criado por Deus está interligado”, que “tudo é coligado”, que “tudo está conectado”. Ele afirma que os fenômenos e problemas ambientais como aquecimento global, poluição, esgotamento dos recursos naturais e desmatamento estão associados com o tema da pobreza, da qualidade de vida nas cidades, da falta de emprego, saúde, educação, etc.

O Papa se pergunta “o que está acontecendo com a nossa casa comum?” (LS, 17-61), pois está havendo uma grande deterioração da nossa casa comum” (LS, 61), através das mudanças climáticas (LS, 20-22), da diminuição da água potável (LS, 27-31), da deterioração da qualidade da vida humana e da degradação da vida social (LS, 43-47); da alta taxa de desigualdade econômica, que afeta todos os âmbitos da vida (LS, 48-52), de modo especial os pobres e indígenas da Amazônia.

Ética ecológica: significa que o ser humano é o ápice da criação de Deus, mas ele não vive só, ele “con-vive” com toda a criação numa relação de dependência do meio ambiente. O ser humano não domina a natureza, por isso deve buscar uma convivência pacífica como o meio ambiente e a produção de bens materiais. É preciso estar atento para uma visão global da vida, mostrando que o ambiente em que vivemos é um “sistema de relações”, um “sistema integrado”. O Papa reconhece que “não há duas crises separadas: uma ambiental e outra social, mas uma única e complexa crise socioambiental” (LS, 139).

Portanto, o Papa Francisco diz que “os pecados cometidos contra a criação são pecados contra Deus” (LS, 7), por isso é preciso uma urgente conversão ecológica coletiva que refaça a beleza perdida da criação e “proteger a nossa casa comum” (LS, 13) e para que isso aconteça é preciso “uma cultura do cuidado que impregne toda a sociedade” (LS, 231). 

Pe. Valdir Luiz Koch

 
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